terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Norah Jones - Chasing Pirates

Single de Norah Jones em seu novo albúm: THE FALL



De mansinho, Norah Jones vai mais longe
Em "The fall", Norah elimina sua faceta folk e segura uma guitarra, inserindo um fôlego novo e sofisticado à música pop

Norah Jones está à procura de inovação. Aos 30 anos, cabelos curtos e um pouco descoloridos, ela olha por um telescópio de cima de seu prédio-barco, que navega por uma Manhattan estranhamente quieta. A cena aparece em seu clipe de “Chasing pirates” (Perseguindo piratas), faixa que abre o álbum recém-lançado The fall (EMI). E eu não sei como diminuir a velocidade/Minha mente está disparada por perseguir piratas, ela canta no refrão. Apesar da atmosfera fora do comum, o vídeo é facilmente assimilável. O espectador embarca logo no delírio pop-rock da cantora e compositora americana.

“Chasing pirates” sintetiza o momento de Norah. Quando apareceu, em 2002, ela surpreendeu pela qualidade de seu pop jazzístico, sendo uma das maiores responsáveis por puxar a febre internacional das jovens cantoras que compõem. Em sete anos, Norah vendeu 36 milhões de discos, mais que qualquer outro músico nesta década. Agora, mais madura, surpreende de novo. Se fosse como suas colegas abusadas (Lily Allen, Lady Gaga etc.), a mistura do pop-rock a sua música não seria novidade. Mas estamos falando da delicada Norah e, nesse sentido, o rock poderia significar um vilão tão distante quanto perigoso.

Norah enfrentou com bravura o antagonista. Em The fall, seu quarto álbum, ela se afasta de vários traços que a consagraram. O uso econômico do piano é a mudança mais notável. Impossível não se lembrar do instrumento em “Don’t know why”, sucesso do CD Come away with me, que a projetou no cenário internacional em 2002 e lhe rendeu cinco prêmios Grammy.

Naquele ano, Norah foi apresentada como a bela filha mais velha do citarista indiano Ravi Shankar. Mas a primeira impressão logo foi desfeita ao se perceber que sua música era superior a qualquer atestado de qualidade obtido em um teste de DNA. Ao lado de Diana Krall e outras cantoras, ela representou o revival do jazz vocal, apesar de suas canções terem desdobramentos mais próximos do blues e do folk.

Em The fall, ela mantém sua relação com o jazz. Eliminou, porém, sua faceta folk. Norah se levanta e sai de trás das teclas para segurar uma guitarra. Da nova acompanhante, ela extrai melodias como se fossem transpostas do piano, no estilo de suas antigas canções, comedido o suficiente para fazer brilhar o que tem de melhor: sua voz.

Ao lado da composição, o instrumento natural de Norah é o que mais se aperfeiçoou desde que lançou seu último trabalho Not too late, de 2007 – primeiro em que ela participava da autoria de todas as canções. Em The fall, Norah controla a tendência aos sons anasalados em composições sobre relações amorosas ainda melancólicas, e ainda mais pungentes, como em “Even though” e em “Waiting”.

As mudanças na interpretação também se devem à experiência como atriz. Em 2007, Norah protagonizou o filme Um beijo roubado, do diretor chinês Wong Kar Wai, contracenando em igualdade de condições com as atrizes Natalie Portman e Rachel Weisz. Para interpretar a personagem Elizabeth, Norah foi obrigada a usar o mistério e a inocência, características de seu temperamento, como ferramentas de trabalho. Isso fortaleceu sua personalidade artística, o que fica perceptível em The fall.

Norah Jones descobriu que seu melhor vem da capacidade de seguir a si própria. Mesmo em novas parcerias. Entre outros, ela convidou o produtor Jacquire King, conhecido pelo trabalho com a banda de rock americana Kings of Leon. Percorrendo novos territórios musicais, Norah consegue, com The fall, inserir um fôlego novo e sofisticado à música pop.

Por: Mariana Shirai
Fonte:http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI105766-15220,00-DE+MANSINHO+NORAH+JONES+VAI+MAIS+LONGE.html

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Fragmentos perdidos

Era uma vez um espetáculo teatral.
Três amigos dirigiram, atuaram e escreveram uma obra.
Apesar das muitas dificuldades enfrentaram tudo e todos para alcançarem a plenitude de tão belo trabalho.
Nada os destruía.
Os pontuais conflitos de personalidade entre eles não eram capazes de deter o show.
Os invejosos muito menos.
E assim foi. Construíram com entusiasmo uma obra que lhes renderam grandes elogios e certa quantia em dinheiro. Foram tantos os aplausos. Os críticos que torciam o nariz se renderam.

Por fim, o espetáculo acabou. Cada qual seguiria com sua vida, porém, a amizade permaneceria. Para sempre lembrariam-se do extraordinário feito.

O bonito espetáculo que os três haviam criado era composto de várias cenas, porém, uma destas era parte significativa e importante da obra. Um dos criadores resolveu então patentear para si as falas desta cena.

Veio a tempestade...
Os dois outros amigos não concordaram com a decisão.
Porque você tinha de estragar tudo? Disse um.
Éramos três, batalhando dia a dia, sol a sol num objetivo tão bonito, em prol de algo tão espetacular, tomaste para si algo que era nosso, disse o outro.
Vocês brigam por tolice, ainda são os donos da obra, peguei para mim apenas algumas falas de uma única cena. Se quiserem, posso pagar a importância que lhes cabe. Argumentou.

De nada adiantou. Aquela conversa não chegou a consensos.
O que estava em jogo era o valor sentimental da união, esta, maculada por aqueles fragmentos de uma cena que custaria a perfeição de uma lembrança: da grande força que é a amizade e o companheirismo.

Cinza

Eu vejo uma imagem.
Não é amanhecer. É dia.
Não estou dormindo, nem acordado.
Há fumaça e tudo é cinza.
Lá, onde pouco se pode ver existem elementos ambíguos.
Indeterminados por muito tempo mas que agora posso melhor entender.
Você é importante, muito importante, porém no cinza existe uma tumultuada reflexão e essa é solitária.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Transgressor


Foto: Jorge
Graças a Deus!
Hoje sou odiado por alguns.
Mandarei soltar fogos por vários desses olhares atravessados.
Cantarei ao som da minha melhor canção, de felicidade, porque alguém me criticou em minha ausência.
Os meus defeitos antes tão pesados hoje estão como leves penas.
Aquela tediosa perfeição está ficando para trás!
Bom demais poder contrariar.
Ir de encontro a uma opinião que tantas vezes é a da maioria.
Ser da minoria! Oposição! Quase um petista dos anos 80 em alguns momentos.
Dizer para aquele babaca na mesa que ele é um idiota.
Fazer cara de sono para aquela professora chata.
Ser bonzinho para ser mal.
Não precisar rir para fazer a social.
Não dar a balançadinha acertiva com a cabeça para agradar os puritanos.
Contestar aquela "Verdade" que nunca existiu.
Saber que ainda bem, você pensa e idealiza as coisas de formas diferentes!
Não entrar nas regras do jogo. Poder infrigir.
Errar, errar, errar sendo você mesmo. O que você quer.
Ser um humano.
Não uma maquininha projetada para dar as melhores respostas nem posar de amiguinho de todo mundo. Contar nos dedos as amizades de verdade.
Saber que quem te ama gosta de seus defeitos. E você pode gostar dos defeitos de quem ama.
Olhar para trás e perceber o quão legal foi algumas besteiras feitas.
Do quanto se pode rir dos riscos que correu.
E ficar feliz do quanto você pode ser feliz por poder errar.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Todo o sentimento - Chico Buarque

PARA ELA
Chico Buarque "Todo o sentimento"

Preciso não dormir
até se consumar o tempo da gente.
Preciso conduzir, um tempo de te amar, te amando devagar e urgentemente.
Pretendo descobrir, no último momento
um tempo que refaz o que desfez,
que recolhe todo sentimento e bota no corpo uma outra vez.

Prometo te querer, até o amor cair.
Doente, doente...
Prefiro, então, partir, a tempo de poder a gente se desvencilhar da gente.Depois de te perder,
Te encontro, com certeza,
Talvez num tempo da delicadeza,
Onde não diremos nada;
Nada aconteceu.
Apenas seguirei
Como encantado ao lado teu.

domingo, 22 de novembro de 2009

E será?



O que pode ser pior do que uma noite de solidão? Tristeza, vazio... O interior fica como num dia frio, sem sentimentos, apenas reflexões.
Rema-se, rema-se, rema-se e nada.

Porque nós, seres humanos, vez por vez somos incapazes de ver? De quantas e quantas vezes se doa e parece não perceber? Um dia o tempo vai passar e talvez esse coração que pouco nota possa entender, que lá atrás, no passado, existia alguém fazendo de tudo para as coisas pudessem dar certo.
Mas de que vale isso? O doar é uma opção. Ninguém pediu.
Até as crianças de nossos tempos sabem que vai mal aquele que renuncia qualquer fatia de seus sonhos.
Pior do que a verdade que não é dita é aquela que aparece nos detalhes.
Naquele fechar dos olhos que poderia ser bem melhor no seu travesseiro. Mais é madrugada e você ainda está ali, longe de casa a espera que algo diferente possa acontecer.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

...



Eu não sei bem o que esperar.
O futuro é uma caixinha de surpresas.
Hoje respeito apenas as vontades do presente.
São a essas que sou leal.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Anormais? ou Normais? A primeira opção.

Hoje alguém me perguntou: "o que fazer para ser alguém mais normal?". Indaguei "porque alguém desejaria ser normal?".
Me olhou então e respondeu "para ser mais feliz".
Com gargalhadas afirmei "a felicidade não está no normal, mas no anormal. A realidade é insuportável demais, precisamos de loucura em nossas vidas".



É isso mesmo.
A realidade é tantas vezes insuportável que nada melhor que a graça e as pitadas do psicodélico.
A sociedade adora normatizar tudo, enquadrar todas as coisas e ditar padrões universais.
É isso que vem causando tanta depressão e sofrimento nas pessoas. Essa realidade imposta é por demais angustiante e insustentável. São tantas metas, idealizações e procedimentos padrões que não é raro escutar pessoas que dizem chorar e não saber ao menos o porquê.
Os fardos algumas vezes são invisíveis.
O tecnicismo acorrenta a criatividade.
Por isso, viva os sonhos malucos, as alegrias expressas nos sorrisos inocentes e não programados, as fantasias e os comportamentos aparentemente mais idiotas que nos libertam dessas pressões tão racionais. O louco é o correto. A razão é louca.


terça-feira, 15 de setembro de 2009

Aqui


Não tem jeito.
A gente nunca vai estar satisfeito.
Ao contrário das nossas idealizações, as coisas nunca estarão perfeitas.
Você pode até ganhar o mundo, mas lá no coração, a gente sempre quer mais.

"Não dá pra disfarçar
Eu tento aparentar frieza mas não dá
É como uma represa pronta pra jorrar
Querendo iluminar
A estrada, a casa, o quarto onde você está
Não dá pra ocultar
Algo preso quer sair do meu olhar
Atravessar montanhas e te alcançar
Tocar o seu olhar
Te fazer me enxergar e se enxergar em mim"

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

DESABAFO


Chega.
Cansei de tamanha mediocridade.
O diálogo acabou.
É impossível querer fazer a diferença.
A diferença agora é apenas minha. Apenas minha.
Estou saindo de cena.
Não se dá para almejar qualquer melhoria numa instituição nefasta, onde a maioria dos alunos, parte dos professores e direção quase como um todo é uma grande merda. (Registro aqui algumas boas exceções).
Não há idealização de mudança que suporte tamanha passividade. Que suporte tamanha burocratização.

Sim, os termo são pesados, mas são nesses que defino a educação desse país.
A minha faculdade é apenas um reflexo dessa grande lama que se transformou a educação. Educação de capital, do dinheiro na conta, a serviço de um interesse alheio, este, distante de qualquer noção de qualidade.
Nestes quatro anos que estive próximo ao movimento estudantil obtive apenas decepções.
Sinceramente? Não vale a pena lutar por quem não deseja mudança.
Nunca deixarei de ser um homem político, isto está em meu gene, na minha essência.Ainda há muita coisa legal a se fazer nesse país.
Porém, qualquer luta perde o sentido quando você acaba isolado, com alguns poucos amigos, falando sozinhos de ideais nas quais passam longe da visão de uma grande maioria, comprometida apenas com o diploma na mão, como se isso em nossos dias fosse garantia de alguma coisa.

sábado, 8 de agosto de 2009

VIVA LA VIDA (2)

Não simule sentimentos.
Não os simule para ninguém! Em especial, para si mesmo.
Fazer de conta de que não é nada equivale a contar uma mentira para você mesmo e acreditar cegamente.
Não mude sensações. Não force um sorriso para maquiar a angústia que bate no peito, ela é um sinal das verdades incovenientes.
A verdade é que algo não está bem. Não é o fim do mundo, mas algo não está bem.
Acredite, existe alguém que deseja conversar, compreender. Esse alguém não se encontra em frente ao espelho, ele está mais intrínseco na subjetividade do que se pode imaginar.

O espírito pede socorro.
Alguém precisa ir a luta.
Alguém precisa entender. Viver a vida.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Sabe?
Me enganei.
Enganei-me por achar que faria de modo como hoje não faço.

Ingenuidade a gente achar que sabe quem é. Até tão pouco pensei que EU assim faria, quando o tempo mostrou que o EU diferente o fez.
Aqui, nas minhas ações, estão as marcas do tempo, da experiência.


Nunca me esqueço da prepotência de suas palavras "você não será assim". Quem é que sabe o que vamos ser? O que vamos nos tornar?
Hoje, espanto-me ao perceber o quão diferente as coisas podem se tornar. Me inquieta saber que as convicções sobre o futuro não se sustentam.

“Rua, espada nua, boia no céu imensa e amarela, tão redonda a lua, como flutua, vem navegando o azul do firmamento, e no silêncio lento, um trovador, cheio de estrelas...”

terça-feira, 28 de julho de 2009

O FEIO?


"De repente, o toque da meia noite. O efeito do encanto passou e a beleza se desfez, voltou a ser feio, um sapo".
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Não tenho certeza a que conto de fadas a frase acima pode remeter, porém, garanto que até nas histórias infantis existe espaço para o dia do "enfeiamento", se é que essa palavra existe.

As aparências enganam? Não, não mesmo. Os olhos de quem vê é que se enganam.A verdade sempre esteve lá, talvez você é quem planejou a outra pessoa sobre medida, a sua "imagem e semelhança".

Escrevo isso porque tenho amigos e amigas sonhando com coisas perfeitas, o "felizes para sempre", a tal pureza das pessoas. De tão pura é letal.

Não quero impedir ninguém de sonhar, afirmo apenas que amar alguém é saber encarar as diferenças, o tal "pacote completo". Escrevo essas coisas com muita satisfação, porque, atualmente, me pego rindo baixinho dos defeitos, imaginando como seria terrível se alguém não fosse como é de verdade, se fosse como eu gostaria, não amaria, idealizaria apenas. Prefiro ser assim, o patinho feio, um sapo. Aquele de dias bons e ruins, que perde a cabeça de vez em quando e também erra, faz bobagens. Posar de príncipe, cansa, estafa. Por isso, beije sua ogra ou seu ogro e seja feliz.

"Procurando bem, Todo mundo tem pereba, marca de bexiga ou vacina, e tem piriri, tem lombriga, tem ameba... Futucando bem, todo mundo tem piolho, ou tem cheiro de creolina, todo mundo tem um irmão meio zarolho... Confessando bem, todo mundo faz pecado, logo assim que a missa termina... sujo atrás da orelha, bigode de groselha, calcinha um pouco velha, procurando bem, todo mundo tem..."
Ciranda da Bailarina- Chico Buarque

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Desabafo

Estou triste. Muito triste.

Quando meu olhar e compreensão cresceu sobre o mundo passei a conviver com o pior
dessa sociedade de mazelas, terra de gente individualista onde o outro é descartável.

É triste ver o quão pouco nossa raça evolui nas coisas mais essenciais: "fraternidade, humanidade, ética, valores".
Uma vez alguém me disse que o mundo era assim, minha ingenuidade não quis acreditar. Poder, cobiça e maldade são traços marcantes dessa espécie involuída.

Estou triste, escrevendo palavras que para muita gente é mero clichê, mas que fazem um sentido tamanho na realidade.

Até quando o ser humano vai se limitar em mesquinharias? Quantas vezes o lixo vai precisar flutuar sobre as ruas? Quantas pessoas ainda precisam ter uma arma na cabeça? Quantos políticos vão precisar perder seus mandatos? Quantos homens vão precisar perder suas mulheres, quantas mães vão perder seus filhos? Até quando o homem vai se involuir para entender que não basta cuidar do próprio telhado para que as coisas realmente melhorem? Quando é que a maioria das pessoas vão entender o valor de ajudar uns aos outros?

Agradeço aos meus pais que em minha criação me ensinou a continuar cultivar a bondade, a ser ético e verdadeiro. Tenho de continuar a acreditar no ser humano, senão, nada mais tem sentido.

sábado, 11 de julho de 2009

Rapidinhas

(1)
A vida é mesmo injusta, estou aqui com uma baita dor de garganta que me impede de falar. Se existe destino, e se esse pune mesmo as pessoas (algo que não acredito), porque o
Diogo Mainardi
(aquele chato da Veja) não teve dor de garganta depois de afimar em um programa de televisão que Michael Jackson era quase a mesma coisa que o grupo baiano da boca da garrafa? Também detesto essa baboseira de culto a celebridades mortas, porém, foi uma comparação de extremo mal gosto, além de inadequada. Por isso que gosto da Carta Capital...

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(2)
Alguém percebeu que só foi o governo Lula afirmar que o DEM tinha de dar explicações pela crise no Senado
que a oposição parou de pedir a cabeça do Sarney? Detalhe: o DEM responde a décadas pela primeira secretaria da casa legislativa, se houveram atos secretos...
O mais intrigante é o silêncio da mídia brasileira nessas coisas.

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(3)
Deu na Folha de São Paulo: Geddel rompeu formalmente com Jaques na Bahia. Ele anuncia a intenção de ser candidato. Quem mora na Bahia sabe que as relações estavam azedas a muito... Com isso, temos três candiatos (soma-se a lista o Paulo Souto).

Puxa, se o Ciro vai mudar do Ceará para ser candidato em São Paulo, porque não trazemos o Obama ou o
Mahmoud Ahmadinejad para a Bahia? Tá complicado votar para Governador em 2010.

(Presidente do Irã pode ser candidato ao governo da Bahia em 2010)
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(4)
Enquanto isso em São Luís do Maranhão...
Cidadão revoltado parte para a violência por conta dos escândalos no Senado.

Ensaios sobre a MUDEZ

Uma inédita e inexplicável epidemia de MUDEZ atinge uma cidade. À medida que os afetados são colocados em quarentena e os serviços oferecidos pelo Estado começam a falhar as pessoas passam a lutar por suas necessidades básicas, expondo seus instintos primários.

Adaptado de Ensaios sobre a Cegueira de Saramago
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No início desta semana contei um problema que passei no trabalho a alguém, ao terminar de falar, pensei: "não deveria ter contado um problema pessoal meu para essa pessoa".

Neste dia, questionei as estratégias que poderia usar para guardar informações pessoais, o famoso "tranca a boca". Pensei: "talvez eu deva contar de um a cinco enquanto decido", "poderia respirar fundo", " vou pensar nas consequências antes de falar", ao fim, conclui que isso é um desafio tamanho para pessoas comunicativas como eu (diferenciar o comunicar com o confidenciar).

Engraçado, por ironia da vida, escrevo essas linhas como um "quase mudo". Estou com a garganta inflamada, falar causa tanta dor que disponho-me a ficar "mudo" até que as medicações façam efeito. Não consigo falar nada sem sentir uma dor chata, como se acontecesse um arranhão nas cordas vocais que me impede de falar as coisas mais básicas.

Uma punição ao falante? Não sei. Certo mesmo é que deixar de lado minha espontaneidade e capacidade de comunicação seria deixar de ser eu, algo que não desejo de maneira alguma, estou bem assim, apenas, como para tudo na vida, busco equilíbrio.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Você não entende nada de amor porque nunca soube o que é ceder (1)

"Você não entende nada de amor porque nunca soube o que é ceder. "(Closer)

As vezes se é tarde demais para consertar algumas coisas.
Tarde, porque não há nada mais a consertar, principalmente quando já se acabou.
Certo mesmo é nunca deixar nenhum tipo de expectativa, rastros ou emendas, porque essas coisas meramente nos fazem demorar cair a ficha da necessidade imediata de seguir em frente (demora-se para entender isso).
Bom, essas coisas aí em cima também já são passado, por isso, merecem apenas poucas linhas.


Você não entende nada de amor porque nunca soube o que é ceder (2)


"Você não entende nada de amor porque nunca soube o que é ceder ." (Closer)

Bom demais quando as coisas estão quentes.
Quente tanto quando posso sentir o seu abraço logo cedo, debaixo da coberta.
Hoje estava meditando sobre você, sobre nós.
Do quanto crescemos e construímos tudo o que vivemos hoje.
Não posso ir embora, porque não suportarei deixar você para trás.
Delicioso demais quando corpos e almas deixam as dispensáveis barreiras e se jogam de vez.
Porque perdemos tanto tempo assim?
Nada melhor que sentir você, olhar em seus olhos e ter certeza de que estamos ali. Juntos.
Sem cobranças, sem neuras, apenas nós e os pingos de água quente que nos cobre.
Estou de volta pro meu aconchego (meu blog)
Trazendo na mala bastante saudade!!!!

quarta-feira, 27 de maio de 2009



Jogue o óbvio fora.
Quebre a droga da rotina.
Não espantem-se com os gritos ansiosos de liberdade.
Ainda bem que existem os dias de loucura. Do impensado.
Lance o óbvio no primeiro latão que encontrar.
Bye Bye!!!

sábado, 23 de maio de 2009

As Vitrines

Foto by: Cláudio (Elevador Santa Justa/ Cidade: Munique)
Composição: Chico Buarque

Eu te vejo sair por aí
Te avisei que a cidade era um vão
- Dá tua mão
- Olha pra mim
- Não faz assim
- Não vai lá não

Os letreiros a te colorir
Embaraçam a minha visão
Eu te vi suspirar de aflição
E sair da sessão, frouxa de rir

Já te vejo brincando, gostando de ser
Tua sombra a se multiplicar
Nos teus olhos também posso ver
As vitrines te vendo passar

Na galeria, cada clarão
É como um dia depois de outro dia
Abrindo um salão
Passas em exposição
Passas sem ver teu vigia
Catando a poesia
Que entornas no chão

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Maquiagem

Foto by: Tiago João Luís Henrique

A boneca estava em frente a penteadeira marrom de vidro. Apenas mais um objeto decorativo naquele quarto de menina, repleto de outros brinquedos, todos certinhos e arrumados recentemente pela babá.

Na verdade, a boneca nem mesmo gostava de crianças, queria mais era ser um livro, cheio de idéias, com muitas páginas e assuntos interessantes. Ou quem sabe um CD? Talvez um alto falante para dizer em alto e bom som tudo que desejava para o mundo.

Mas, sabe-se lá porque, com a matéria prima usada em uma fabriqueta qualquer se fez boneca. Ficava ali, muda, com o rosto maquiado, cabelos arrumados e aquele sorriso falso que nem mais agradava a chata menininha que insistia em querer brincar todas as manhãs. É horrível ser uma boneca! Pensava.

Pior mesmo era a maquiagem pesada no rosto e todas aquelas alegorias ridículas do seu corpo.
Se eu pudesse, eu gritava, gritava, gritava!!! Pensava a infeliz boneca de enganadores traços infantis no olhar.

Sua vontade era sair daquele quarto. Os dias eram um pouco melhores quando ainda habitava a loja. Das prateleiras via ao menos coisas mais interessantes. Atualmente, detestava a própria existência, a menina só crescia e ela, a boneca, ficava sempre jogada de um lado para o outro, uma completa inútil a serviço dos anseios domésticos.

Se ela tivesse como, iria descer da cômoda! A primeira coisa que faria, seria tirar a maldita maquiagem. Lavaria tanto o rosto que ficaria vermelho de muito esfregar. Quebraria o estojinho de pó com cores diferentes e finalmente chutaria bem forte o merdinha do patinho amarelo que ficava dentro de um caminhãozinho, ela o aguentou todos esses anos.
Provavelmente, procuraria alguém para finalmente fazer sexo. Lavaria aquele cabelo bem arrumadinho, deixaria ele sempre bem molhado, despenteado, quem sabe o pintasse de uma cor diferente, vinho, como sempre desejou. Iria andar descalça, algumas vezes nua.

Poderia ser ela mesma. Não mais uma boneca, mas a dona da liberdade, sem maquiagens.

domingo, 17 de maio de 2009

Little Joy

Keep me in mind

Leia do começo ao fim e de novo
Segure os sentimentos que atravessam o seu cérebro
Aperte a corda de uma palavra sensível
O que é pior?

Ela deixou sua marca
Permanente
Oh a natureza dos seus versos
Mantém os meus olhos parados na página
E dizia

Francamente querido, sou forçada a desistir
Eu tentei e agora tive o suficiente
Mesmo que tenhamos de dizer adeus
Mantenha-me em mente
Mantenha-me em mente
Mantenha-me em mente

Culpado antecipadamente
Pelo passado
Sem qualquer implicação no tempo presente
Tudo que resta
São as contestações que ela fez
Quando ela diz

Oh querido, um dia
Você aprenderá a ser alguém melhor
Adequado para me querer
Mas até lá
Chamaremos isso de "fim"
E ela acrescenta

Francamente querido, os viajantes estavam certos
Fique durante a tarde e parta à noite
Mesmo que tenhamos de dizer adeus
Mantenha-me em mente
Mantenha-me em mente
Mantenha-me em mente
Mantenha-me em mente

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Angustiar

Angústia, triste angústia.
Com obstinada obsessão, atalhei-te as custas de idealizada e falsa felicidade.
Dias atrás, soube por alguém que não posso viver sem ti.
De amarga angústia, torna-te ao tempo como uvas negras,
ainda que doce.
Oposto do riso que disfarça, minha aflição carrega valioso sentido.
Na retração dos meus excessos, em labirintos de mentiras,
angustiar coloca-me frente as inconvenientes verdades.

Angústia
Segundo a filosofia existencial de Kierkegaard, é uma determinação que revela a condição espiritual do homem, caso se manifeste psicologicamente de maneira ambígua e o desperte para a possibilidade de ser livre. (Aurélio)

sexta-feira, 17 de abril de 2009

4.296km de liberdade

Esse é o ano que mais viajei na vida.
Esse mês rodei mais de 4296km, a maoiria de ônibus.
Fico imaginando daqui um tempo, quando eu fizer 01 ano trabalhando fora de minha cidade qual vai ser o cálculo, nesse tempo, eu e o Massau já vamos ser bem intímos (risos). Esses dias tive a oportunidade de descer pela Serra do Massau num dia de nevoeiro, foi uma das coisas mais lindas desse ano. Tudo branco, o ônibus, eu e a montanha, minutos de uma sensação forte, imensa liberdade subjetiva senti.

Em boa parte da vida não fui um cara livre, estive agarrado por tempos em coisas que me faziam muito mal, sou alguém que não teve o grito adolescente da liberdade lá pelos meus 15 anos.

Minha liberdade eu sinto hoje, na fase adulta, uma liberdade de corpo, alma, dinheiro e idéias. A construção do EU.

domingo, 5 de abril de 2009

Sabor em Ironia: Desfragmentando o HD do planeta

O mundo desfragmentou-se!
Sejam bem vindos a Pós Modernidade!
Terra do novo e velho ser humano, cheio de facetas.
Acabou-se o monopólio da ciência. A religião está cheia de teia de aranhas. A política desacreditada. Freud? Psicanálise? Behaviorismo? O que é isso?
A morte da razão! O sepultamento da subjetividade.
O fim das grandes explicações, da verdade, dos esquemas conceituais.
Não existe espaço para fechar questões, são milhares de possibilidades.
Arte, o que é arte? Cultura? Existe a minha cultura? Existe a sua cultura?
A sociedade é líquida, o capitalismo tardio.
O Platão enlouqueceu, o Aristóteles também, foram encaminhados ao Caps.
Individualismo aqui mistura-se em banda larga! Viva a amizade virtual!!!!
A natureza queima, o ar condicionado congela!
O mais fraco morre. Quem é fraco, quem é forte? Quem é feliz?
A tradição dos nossos avôs já eram!
Isso é bom, ruim? Sinceramente não sei. Nem o termo pós modernidade se explica.
Aqui não existe sexo, cor, raça, religião. Somos um, somos vários.
Não há um caminho, mas caminhos!
Celebre, celebre, celebre a nova era! O ser humano deve celebrar, é carnaval, um eterno consumir! Compre corpos! Compre modos de viver!
Crise é pra classe média, minha cachaça tá no copo!
Ruptura, ruptura, ruptura! Não inove e nem seja original.
Vivemos do Hoje! O amanhã nem a Obama pertence.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Minha vida, uma roda viva.


Estava mais um dia a viajar.
Olhei pela janela do carro em movimento, o reflexo de um sorriso silencioso e nos pensamentos a afirmação "minha vida é mesmo uma rápida locomotiva".
Sou alguém de novos lugares, histórias, pessoas, afazeres.
Estou sempre há passos de um turbilhão de emoções, sensações e percepções. Uma existência intensa, um conhecedor de vidas.
A roda da minha vida girou, novamente girou, assim como canta o Chico:

"A gente quer ter voz ativa, no nosso destino mandar, mas eis que chega a roda viva e carrega o destino prá lá... Roda mundo, roda gigante, roda moinho, roda pião, o tempo rodou num instante, nas voltas do meu coração...".

O que virá a seguir? O que mais o mundo me reserva?
Espero que ainda muito mais! Que tudo continue assim, uma eterna surpresa.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Adeus


Toda vez
Que eu digo adeus
Eu quase morro
Toda vez
Que eu digo adeus
Aos deuses eu recorro
Nenhum deus contudo
Parece me ouvir
Eles vêem tudo
E te deixam partir
Quando estas
A só um mar de flor em volta
Sabiás de algum lugar
Cantam o amor em volta
Não há som melhor
Mas seu tom maior se torna menor
Toda vez que eu digo adeus

Cassia Eller- Composição: Cole Porte/Carlos Renó

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Crise capitalista mata a esquerda

Por: Sérgio Malbergier

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/sergiomalbergier/ult10011u509477.shtml

Você conhece alguém que tenha se tornado "de esquerda" (como isso soa antiquado!) com a atual crise do capitalismo?

O sistema mais uma vez agoniza. Mas se nos anos 1930 essa agonia fortaleceu totalitarismos à esquerda e à direita, desta vez a saída é para o centro. Ainda bem.

Ninguém que conta quer revolucionar nada, mas aperfeiçoar (o que por enquanto significa limitar) as poderosas forças do mercado e da livre iniciativa.

A crise global serviu para mostrar os limites atuais do liberalismo econômico, assim como os ataques do 11 de Setembro frearam o avanço das liberdades individuais.

Mas são dois movimentos convergentes, inevitáveis em nossa cultura individualista, baseados na percepção, cada vez mais óbvia para mais gente, de que quanto menos o governo interferir em nossas vidas e quanto mais formos donos dela, melhor.

Pois por mais que se fale da importância do Estado neste momento, ninguém o defende como solução permanente para as necessidades de desenvolvimento das nações. Muito pelo contrário.

A emergência da China capitalista fechou o círculo econômico global. O capitalismo foi flex o suficiente para abraçar o maior Partido Comunista da história que conduz a maior expropriação de mais-valia do mundo para lucro de grandes corporações ocidentais.

E todos estavam felizes com o casamento. Até o colapso do sistema financeiro como o conhecíamos e sua dolorosa recomposição.

Nos Estados Unidos de Barack Obama, o maior líder global e sua equipe deixam claro sempre que podem que o estatismo da hora é tão inevitável quanto indesejável no longo prazo. A Europa também está fincada do centro para a direita, como na Alemanha, na França, na Itália e no Reino Unido (sim, o trabalhismo britânico é de direita).

Na Ásia, o capitalismo enriqueceu os principais países da região, com a exceção óbvia da obscurantista Coreia do Norte, que repele pelo exemplo.

Na América Latina, os dois líderes mais populares são Lula e Álvaro Uribe, o presidente da Colômbia, ambos também de centro-direita no diapasão macroeconômico.

A tal Revolução Bolivariana de Hugo Chávez e Cia parece mais uma paródia da paródia, "Bananas" de Woody Allen levado à vida real por personagens ainda mais autênticos, dirigidos por Zé Celso Martinez.

O petrocaudilho venezuelano, por exemplo, apenas clona o modelo da antiga República venezuelana que dividia a renda da venda do petróleo aos EUA entre os apaniguados de AD e Copei. Agora a divisão é entre os favoritos do ex-coronel que quer ficar eternamente no poder, como seu ídolo Fidel Castro, o ditador de pijamas, que colocou seu irmão Raúl no comando modorrento de um regime moribundo. Quem quer isso?

Quem quer a rigidez, a prepotência, a ineficácia e a corrupção inevitáveis dos governos pantagruélicos? Ninguém. Ou quase ninguém.

As viúvas mais enrustidas da foice e do martelo tentam gritar que a solução para a aguda crise do capitalismo são as antigas ilusões socialistas tão desacreditadas pela história. No último Fórum Social Mundial, em Belém do Pará, até as mangueiras perceberam quão esvaziado está o movimento esquerdista global em plena crise capitalista.

A mão invisível que pune financistas inescrupulosos e suas muitas vítimas também golpeou, mortalmente, as pretensões da antiga esquerda de se reerguer como opção ao sistema hegemônico.

Um ganho colateral importante nessa triste crise transformadora.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Desvarios de Pamy


Impossível dar um sentido para o momento de Pamy.


Fotos: Adriano Batista

Louca; delirante, alucinada, bandida, vadia, extravagante.
Ela é desacertos, desatinos, desvairos, intempestiva, passional, imprudente.
Um milhão de cores, brilhos, imagens, sensações. Sem respostas.
Prazer, prazer, prazer. Apenas isso. Pulsa de prazer. O gozo.
Neurótica, Pamy roda roda roda e ali sempre se encontra, na cena do crime.
Impossível se desvincilhar do deleite. A busca em se fazer brotar uma explosão.
Fragmentos, partes, pedaços. A toda velocidade, mil por hora.
Em Pamy as regras não se fazem presentes. Ou faz? Existe sentido? Não se explica!
A soma das partes não encontra o todo.
Aonde está a sobriedade? A Lisura? A decencia? A moral? A tradição? Os costumes?


Em Pamy existe apenas o querer, querer querer. Não se admite negativas.
Essa é ela. Ela é ele, ele é ela. O oculto.
Pamy
é o Id.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Grita quem quer, manda quem pode

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/elianecantanhede/ult681u505838.shtml
Por: Eliane Cantanhêde

Já não se fazem PMDBs como antigamente. E há muito, muito, muito tempo. Quando o senador, ex-governador e fundador do partido Jarbas Vasconcelos (PE) põe a boca no trombone para dizer o que todo mundo sabe, suas queixas são recebidas não com vergonha e constrangimento, como deveriam, mas com desdém e ataques, como foram. Jarbas fica falando sozinho. E --o mais incrível!-- apanhando.

O que ele disse? Que o PMDB é um partido cheio de corruptos, sem bandeiras, sem propostas, de olho em seus próprios interesses e nas boquinhas de governo. É mentira, Terta?

Enquanto Jarbas reclama ética, o PMDB vai se infiltrando por todos e cada cantinho de poder --e de vantagens-- do Congresso. Depois de eleger José Sarney presidente do Senado e Michel Temer presidente da Câmara, agora avança, guloso, sobre comissões, secretarias, o que tiver pela frente. E cada nome que apresenta!

Um dos mais valentes na contestação ao que Jarbas Vasconcelos acusou foi o deputado Eduardo Cunha, do Rio, um já velho conhecido de leitores de jornais e revistas, desde a época em que presidiu a Telerj no governo Fernando Collor. A empresa evaporou, como o próprio governo, mas Cunha e a sua (dela) má fama ficaram, com um lastro de histórias jamais devidamente esclarecidas. E agora ele emerge como um dos cérebros desse PMDB e desse Congresso que estão aí.

Além de mandar na Comissão de Constituição e Justiça pela terceira vez consecutiva (uma delas sem intermediários), Eduardo Cunha também já põe os pés, as mãos e os prepostos na igualmente poderosa Comissão de Minas e Energia, além de virar relator da medida provisória que cria um fundo para o setor elétrico. Em outras palavras, ele fecha o cerco: assume a CCJ, dos aspectos legais, e o setor energético, dos aspecto$ financeiro$.

O PMDB está ainda embolsando uma terceira comissão. Aliás, a deputada paraense Elcione Barbalho está: a de Seguridade Social e Família. Tudo em família.

Ou seja: Jarbas pode ficar rouco de tanto berrar, e o único a lhe dar ouvidos é Pedro Simon (RS). Os dois são símbolos e referências do velho PMDB, mas não têm nada a ver com o novo PMDB e certamente não projetam o futuro PMDB. Nem o que o partido será daqui a 10, 15 anos e muito menos para que lado irá em 2010.

Quem vai decidir isso, uns puxando para um lado, outros para outro, são Sarney, Temer, Jader, Geddel, Renan, Newtão, Quércia e emergentes como Cunha. Jarbas grita, eles mandam.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Nada pra Mim- Pato Fu

Eu não vim aqui
Pra entender
Ou explicar
Nem pedir nada pra mim
Não quero nada pra mim
Eu vim pelo que sei
E pelo que sei
Você gosta de mim
É por isso que eu vim
Eu não quero cantar
Pra ninguém a canção
Que eu fiz pra você
Que eu guardei pra você
Pra você não esquecer
Que tem um coração
E é seu tudo mais que eu tenho
Tenho tempo de sobra
Tenho um jogo de botão
Tenho essa canção

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Perabenzóico

Ei!!! Não adianta fazer cara feia, não vou me calar.
A estima está tão alta que não dou a mínima para historinhas de segredos.
Cansei dos velhos fantasminhas brancos de olhos esbugalhados.
Estou num estágio bem mais elevado.
Choradeira comigo não acontece nem mais no final de novela. Como dizia aquela senhora de cabelos grisalhos "o negócio é encarar a vida de frente".
Só posso mesmo é dar risada, gargalhar, disso aí que chamam de sofrimento.
A pequenez de situações anteriormente tão fatigantes, hoje tiro de letra.
Que se danem os videntes de plantão.

sábado, 31 de janeiro de 2009

Estereótipo de um Espelho Artificial


Imagem: Giuliano Aprile

Quem foi que disse que sou um cara bonzinho?
Honestamente (e felizmente) não sou!!!
Uma das melhores coisas que vem acontecendo na minha vida é o rompimento com a noção de bom e ruim.
Pode parecer um tanto clichê falar sobre isso, mas convivemos com essa noção ( judaico-cristã, ou coisa do gênero, muito ingênua por sinal) onde classifica-se o indivíduo X com o rótulo tal porque faz isso e o outro indivíduo Y com o rótulo tal porque faz aquilo. Somos educados justamente para isso, em maior ou menor escala (quem teve uma formação religiosa bem doutrinária ou rígida sabe do que estou falando).
O pior é que nessa noção dual das coisas, estabelecemos rígidos padrões (idealizados e estereotipados) do que desejamos ser ou do que achamos ser, o tal sujeito bonzinho/idealizado pode acabar virando um fardo para quem o carrega.
Você passa a fazer certas coisas porque "DEVE" ser sempre alguém BOM, ou quem sabe DEIXE de fazer várias outras porque um cara bonzinho não o faria. Com o tempo seu cérebro vai criando uma espécie de "crosta", um indivíduo artificial, com emoções e gestos forçados em nome da tal bondade ou rótulo. Acredito que esse padrão de comportamento não seja intencional para algumas pessoas, principalmente para aquelas que ainda vêm vantagens na perfeição dos seres.
Vou ser objetivo agora: Nada melhor que a liberdade! Nada melhor que você não ter de ser bonzinho ou malzinho, de poder apenas ser você com defeitos e qualidades. Isso implica não dar mais satisfações a NINGUÉM em relação a sua complexidade (talvez nem mesmo cada um de nós vamos entender plenamente essa tal complexidade).
É por isso que atualmente tenho certo pavor em tomar posições em algumas coisas...
Ser de partido de direita ou de esquerda, da tal linha teórica ou desta, adepto dessa ou daquela religião, ser bom ou mal. Também não suporto conversas do tipo "há mais fulana é isso" ou "beltrano com certeza é aquilo". Rótulos, rótulos, rótulos, rótulos....
A melhor herança desses novos tempos é ter a liberdade de romper com a UNIDADE das coisas: somos brancos- negros, homens-mulheres, bons-ruins, capitalistas-socialistas, bons-ruins por 24 horas de cada segundo e dias de nossas vidas.
É viver na mesclagem de cada parte do seu SER e viver bem feliz assim!
É querer chegar aos seus objetivos sem se culpar por isso, olhar no espelho e dizer "sim, sou mesmo um cara de ambições e daí? Estou fazendo mal a alguém?" (Esquecendo a estereotipada regra do "ser pobre é ser alguém bom").
Admitir suas forças e fraquezas como componentes da sua personalidade. Bons componentes por sinal.
Feliz é o dia em que gritamos bem alto, no meio da rua ou entre as paredes de casa: DANEM-SE! ESSE SOU EU!
E o melhor: você está muito bem assim!
Essa é a maior felicidade de todas: o querer e poder ser VOCÊ, ser o EU mesmo.
Enterrem aqueles infelizes ideais, rótulos e padrões.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

AMIGOS NO ANDWORD: BIZARRO.

Por: Márcio Matos


Às vezes a natureza pinta formas tão bizarras,

que nunca ficariam bem se fossem pintadas pela mão humana.

Qualquer lagosta ou moréia é exemplo claro disso.

Um cachorro de costas, acho que ninguém saberia como desenhá-lo.

Um gole mal dado numa cerveja quente produz uma cara inimitável.

E assim também o insondável brilho dos olhos no primeiro beijo,

o riso incontrolável, que vence os lábios,

ou o insubordinado ato falho, que escapa da prisão inconsciente...

O latejar das veias de um terrorista e o suor que escorre do seu rosto tenso,

no momento de explodir, são o resultado de processos mentais intangíveis.

O olhar atônito sobre a Hiroxima atômica

só continuará nos olhos radioativos de quem a viu.

Ninguém saberia reproduzir o embaraço

de um cãozinho vigiando o cadáver podre de seu único dono.

Ninguém poderia experimentar o nó na garganta do homem-pássaro

que despencou do céu e se esborrachou no meio da rua sem pedir licença.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Hoje quando lhe vi, olhando em minha direção, não pude suportar
a tristeza dos seus olhos grandes e negros.
Era dia de chuva, não te parecia importar com as muitas gotas vindas em seu rosto nem com o peso das roupas encharcadas, tremias no estranho frio em pleno verão da cidade na montanha.
Você é alguém que mescla caminhos confusos e expressões delicadas num sorriso melancólico com pontas de choro e voz rouca. Aflição tamanha, as vezes silênciosa.
E lá vai você, seguindo a vida em seu refúgio, na pequena casa em meio as árvores altas na ruazinha de terra e grama verde.
Uma aparente felicidade num cenário que esconde aflição e agonia no espírito.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Aerosmith!!!

Amazing (Tradução dos principais trechos da música)










Eu deixei o certo de fora
E deixei as coisas erradas invadirem.
Havia um anjo de miseri
córdia...
Para ver-me através de todos os meus pecados.
Houve tempos em minha vida...
Em que eu estava ficando louco
Tentando atravessar a dor




(Uma das maiores bandas de rock de todos os tempos)


Quando eu perdi o meu controle...
E atingi o chão...
Sim, eu pensei que eu pudesse partir
Mas não pude sair pela porta.

Eu estava tão doente e cansado...
De viver uma mentira...
Que eu desejava...
Morrer

Brad Whitford (Guitarra) Steven Tyler (vocal), Joe Perry (guitarra)
Tom Hamilton (baixo) Joey Kramer (Baterrista

É incrível
Num piscar de olhos
Você finalmente vê a luz...
É incrível
Quando chega o momento...
Você sabe que vai dar certo.

...

E quão alto você pode voar com asas quebradas?
A vida é uma jornada, não um destino.
E eu não posso dizer nem o que o amanhã trará.



Você tem que aprender a gatinhar
Antes de aprender a caminhar.

Mas há pouco eu não pude escutar aquela conversa correta.


Eu estava nas ruas...

Só tentando sobreviver...
Superar pra ficar...
Com vida.
...
Oh, é incrível. (Oh, it's amazing!!!!!!!)
(Ninfeta nos anos 1990, Alicia Silverstone
participou de três clipes da banda)

sábado, 24 de janeiro de 2009

Uma jornada única, de uma vida única, num dia único, quase comum, do cotidiano.


Jornanda- Cotidiano
Foto By: Helder Lopes
... 07:37
Ele voa! Basta se inclinar em direção ao alto que ele sobe e flutua sobre a cidade! Voando ele entra dentro do Colégio Modelo!!!! As pessoas olham para ele voando!
De repente a porta do quarto se abre. "Você viu meu celular?", pergunta o pai. "Não, não vi" responde acordando, ainda com sono.

08:15
Vitamina de banana com maçã, farinha láctea, leite ninho e aveia ou um simples Nescau com leite gelado? pensa ele ao examinar as opções para café da manhã.

08:40
Quando terminar de escovar não devo esquecer de usar exaguante bucal. Pensa de frente ao espelho.

09:00
"Todo dia é a mesma coisa, a casa amanhece um caos" exclama a mãe.

10:35
"Ainda falta isso tudo para ler?" indaga olhando as páginas do livro.

12:05
"Quero mais um pouco mais do macarrão Tio!" diz a menina ainda sem terminar de almoçar.
"Tudo bem, sem problema, é só pegar lá na panela", responde.

13:15
"Esse jornal só tem essas reportagens do mundo cão" diz o pai mudando de canal, diretamente para o programa de esportes.

... 15:25
Ao pegar o extrato no banco o rapaz exclama perplexo "meu Deus, só isso?".

... 15:39
Na rua olhares, rostos diversos, alguns conhecidos, outros nem tanto. "Meu Deus, quanta energia ruim. Ainda bem que não tenho de ver pessoas como você regularmente" pensa ao ver a não estimada moça de óculos escuros dentro do carrro.

... 15:45
A pequena menina brinca na praça. Bela é a ingenuindade de uma criança. Quanta alegria em alimentar peixes com pipocas. O sorvete suja parte da boca. "Quero mais Tio".

... 16:55
Conversas alheias na rua, quem será a tal "menina que vai apanhar por não querer obedecer ninguém"? Foi inevitável para ele escutar, a mulher falava alto demais.

... 18:35
"Ela acha que não sei dirigir só porque estou velho" diz o avô ao neto enquanto tomavam café.

... 19:39
Na televisão hora do jornal, o político negro fala muita coisa bonita, sorte para ele, já não aguentamos mais tanta notícia ruim. A razão diz "que nada, não se contamine, isso são palavras ao vento", o coração então rebate "acredite, acredite, sim, nós podemos".

... 20:49
"Pois é, acabou que nem saímos muito lá, ficamos mais em casa!" disse a mulher conversando sobre a viagem, seu irmão então responde "sabe, eu gosto de beber um pouco, mas o pessoal exagerou, tudo se resume em cachaça naquela casa" diz já ligando a moto. Ele olha para ela e diz "tchau tchau, a gente se fala depois".

... 21:50
"Tenho de terminar de ler esse capítulo ainda hoje" pensa o rapaz inclinado sobre os livros.

... 22:59
" Você ainda está nesse computador" diz a esposa um pouco brava com o marido.

23: 55
"Coberta ou lençol? Será que vai fazer frio essa noite?" Pensa o rapaz já sonolento abrindo o guarda roupa.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Eu quero dizer

















Quero dizer tantas coisas.
Há algo preso no escuro da alma.
Meu coração sente o que não se traduz em palavras.
Existe oculto na imensidão
um mundo particular, pessoal.
Hoje, apenas as canções falam por mim,
"sentem" por mim.
Cansei de procurar respostas para explicar
o que não há solução.
Eu achava que sabia tudo sobre mim.
Mero engano

sábado, 3 de janeiro de 2009

O Aprendiz


Sim, admito, não sou bom nas coisas que a maioria das pessoas usualmente são.
Não adianta forçar! Tenho meu tempo de aprender. Quanto menos pressão, melhor. Odeio pressão. Faço as coisas porque quero fazer, uma vontade pessoal. Não estudo para tirar notas, se leio um texto da faculdade é porque procuro um sentido ali, detesto decoreba ou ficar agoniado por conta de "pontos" na caderneta do professor.
Agora, se ainda não sei jogar sinuca é porque não vi graça no jogo, quando eu quiser, serei bom. Lembro quando comecei a malhar, ninguém colocava fé, em poucos meses já tinha deixado uma porção de manés para trás por conta de determinação e disciplina... meu irmão começou a malhar com 15... eu aos 19... e daí? Fui quando quis.

Pode parecer que não aos olhos de alguns, mas tenho muito o que aprender nessa vida.

As minhas maiores carências em conhecimento são em situações aparentemente bobas, do cotidiano, mas que vá lá saber porque (eu até sei) não aprendi. As vezes me sinto como alguém que viveu décadas trancado em um quarto rodeado de livros e pouca experiência prática possue. Não me ensinaram, não aprendi, e vou ter que colocar a cara no sol. Isso é o mínimo, não tenho medo de tentar: cair, levantar, tentar de novo, cair, levantar... até chego lá!

Me chamem para discutir as relações políticas entre os americanos e o oriente médio que tenho centenas de argumentos, mas, ainda sei pouco sobre trocar a resistência do chuveiro queimado. (Para quem não aprendeu ainda, veja dicas em http://facaquasetudo.wordpress.com/tag/chuveiro/ kkkk).
Ou quem sabe me convidem para falar de literatura e psicologia? Posso ser um bom debatedor de idéias. Quem sabe falar sobre Revolução Russa? (?)
Mas, posso ter poucos argumentos para explicar o porque não tentei (ainda) tirar minha carteira de motorista, (esse ano sai, kkkkk) ou sei lá, acender a churrasqueira... Sabe aquelas coisas mais simples que um bom número de pessoas conhece bem e você vive voando?

Agora, não sou um conformista. Vou me mexer, do meu jeito, para conseguir chegar até as coisas que almejo. O que não posso suportar é qualquer tipo de chacota em relação a isso, porque se for para esmiuçar, ninguém nesse mundo sabe coisa alguma, ninguém é completo. Eu por exemplo, admito "nada sei". E você?

Tem uma música dos Los Hermanos (O Vencedor) que diz "Eu que já não quero mais ser um vencedor... Faço o melhor que sou capaz, só pra viver em paz". Ainda bem que já passei da fase de querer sempre agradar, joguei fora cobranças e vários pesos internos e externos. Agora, tenho o MEU tempo para fazer as coisas. Se quiserem aguardar para ver, ok, fico grato, se não, paciência.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Carnival Town

Rodando e rodando
Carrossel...
movendo rapidamente mas indo a lugar nenhum


Acima e abaixo
Roda Gigante
Diga-me como se sente por estar tão elevado?
Olhe para baixo
É só?




O palhaço te fez sorrir

Era somente seu tolo por um instante
agora ele voltou para casa








E deixe-se vaguear
É só?









De Norah Jones
Música: Carnival Town


Sempre gostei dessa música. Perguntei a pessoas que gostavam o que a canção despertava em cada uma delas e a resposta era sempre parecida "algo profundo, reflexivo".
Norah Jones é uma cantora que coloca o ouvinte em contato direto com a própria subjetividade. Sou um admirador do trabalho dessa cantora que alguns chamam de "música para dormir", "depressiva" "triste" e outros muitos adjetivos.
Bem, pensem o que quiserem, eu acho espetacular canções que me levem a reflexão.

Em Carnival Town encontrei um sentido para a música (leia-se, análise pessoal, não sei ao certo qual o significado para a cantora).
Temos ali um mundo de fantasia, uma longa viagem ao mágico e lúdico bem representados na figura do circo e parque de diversões. O fantástico ali se realiza, nas cores fortes dos brinquedos , nas risadas das crianças e no encontro com palhaços. Mágica e magia materializada. O carrossel roda roda, quem compreende o sabor disso para uma criança? Na Roda Gigante, o prazer do beijo dado no alto, a maior proximidade com as estrelas, o enxergar o mundo um tanto menor.
A fantasia preenche o ser humano por minutos, segundos, talvez horas.
Porém, assim como na música ("e só? e só?") chega o momento da volta para a casa, o restabelecimento com o real.
Acho que a vida também é assim, amamos a fantasia momentanea, os segundos fora da realidade, adoramos o parque de diversões do faz de conta no dia a dia, talvez seja esse um dos maiores desafios de alguém: saber a hora de sair desse parque de diversões e encarar a realidade. Não que o mágico seja ruim, mas não se pode viver apenas em uma cidade de luzes intensamente brilhantes.