quarta-feira, 7 de abril de 2010

Aprendendo a ser minoria

Memorial dos Judeus (Berlim)


Existem épocas da história onde as minorias são jogadas para o canto da sociedade como algo a ser calado.

É difícil fazer parte de uma minoria.

Principalmente quando as idéias e os ideais que você acreditava finalmente estar ascendendo no mundo são sufocados por vozes de uma maioria implacável, que abafa no grito e acidez a tentativa da transformação. É lamentável ver o retrocesso na capacidade de se conviver com o que é diferente.

Senti-me essa semana assim, como voltando ao tempo do pão e circo romano. Na arena pessoas são expostas a diversas humilhações e a maioria aos gritos, bêbadas pela desgraça alheia.

Como se analisa uma sociedade? Nas teorias e teses universitárias? Sim, talvez. Mas penso que através dos livros não conseguimos nem 1% da compreensão que se pode obter na vivencia de um país, no dia a dia de um povo, nas rodas de conversa ou até mesmo observando o comportamento humano num popular programa de televisão. (O que estou dizendo aqui não é novidade, a Antropologia já estuda populações dessa forma há muito tempo).

Mas a minoria tem seu papel: o da tentativa. Movidos por uma enorme paixão elas militam por transformações e direitos. Sem minorias não existem mudanças. Sem mudanças não há história.

3 comentários:

Márcio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Márcio disse...

É mesmo... Cada minoria corresponde a um voto vencido na grande arena da vida, onde imperam a individualidade e o egoísmo.

Quando a humanidade tiver o Respeito como palavra de ordem, aí teremos evoluído um pouquinho.

Belo texto. Abraço!

A silenciosa disse...

Ser minoria é difícil mesmo!
Mas precisamos aprender!